segunda-feira, 23 de abril de 2018

Ciencia: Cientistas criam câmera de 10 mil megapixels para fotografar planetas distantes




Nas últimas décadas, cientistas do mundo todo já catalogaram algumas dezenas de milhares de planetas fora do nosso sistema solar - alguns até possivelmente habitáveis. No entanto, jamais foi possível visualizar esses planetas de forma clara.
Observar exoplanetas, até hoje, se limita a registrar números numa tabela e contar com a imaginação de artistas. Isso pode mudar em breve com uma nova câmera desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos, e revelada pelo site Motherboard.
A câmera foi batizada de "Darkness", que significa "escuridão" em português. Mas o nome é uma sigla para "Dark-speckle Near-infrared Energy-resolved Superconducting Spectrophotometer", ou "Espectrofotômetro supercondutor com resolução de energia para pontos escuros quase infravermelhos".
O nome complicado batiza uma câmera capaz de tirar fotos de até 10 mil megapixels. Ao contrário da câmera no seu celular, esta é feita especificamente para ser acoplada a telescópios extremamente poderosos e para fotografar planetas distantes.
Trata-se, mais especificamente, de uma câmera de supercondução, uma espécie de detector a cintilação super rápido, do tamanho de um cachorro, segundo a descrição do Motherboard. O Darkness será montado no Telescópio Hale, na Califórnia.
A câmera usa detectores de indutância cinética de microondas para eliminar ruídos de leitura, um problema comum em pós-processamento de imagem que causa distorções no caminho entre a captura da foto e a sua revelação.
O Darkness consegue reproduzir fotos sem essa distorção, processando dados até 2.000 vezes por segundo e registrando o equivalente a até 1.000 quadros por segundo. O espectrógrafo ainda consegue determinar o comprimento de onda de cada fóton capturado, e o momento exato em que isso ocorre.
Cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa participaram do projeto, que foi financiado pela Fundação Nacional da Ciência dos EUA e levou três anos para ficar pronto.
A princípio, o Darkness será usado para observar planetas já conhecidos num raio de até 30 anos-luz da Terra. Conforme novos e mais sofisticados telescópios sejam feitos, a câmera poderá ser usada para caçar exoplanetas desconhecidos e ainda mais distantes.

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